sexta-feira, 29 de julho de 2022


                    à imagem e semelhança



                 



Vivo de lembrar.

Lembranças perpassadas de luz, desabitadas

paisagens que reverberam em redundante desolação.

Como uma floresta em chamas.

Recolho-me no estio da antiga claridade, preso ao limbo

que convida ao olvido, 

mas que sempre renasce e se propaga.

Quando tudo conspira para matar as antigas alianças,

ainda ansioso pela vida, 

sinto-me parte de alguma existência.

À imagem e semelhança dos desterrados, dos mortos

sem lágrimas, meus irmãos, 

o pó do mundo.  




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