à imagem e semelhança
Vivo de lembrar.
Lembranças perpassadas de luz, desabitadas
paisagens que reverberam em redundante desolação.
Como uma floresta em chamas.
Recolho-me no estio da antiga claridade, preso ao limbo
que convida ao olvido,
mas que sempre renasce e se propaga.
Quando tudo conspira para matar as antigas alianças,
ainda ansioso pela vida,
sinto-me parte de alguma existência.
À imagem e semelhança dos desterrados, dos mortos
sem lágrimas, meus irmãos,
o pó do mundo.
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