quarta-feira, 27 de julho de 2022

                          MINHA PÁTRIA



                 



O que eu levo da vida é a magia

dos momentos que pareciam eternos.

A lenta juventude, a falsa impressão de que tudo

se ajustaria.

De que o amor jamais me trairia.


Me sinto como um viajante que se perdeu

ao longo do tempo.

Os sonhos de barro, quebrados.

À espera do que não veio.

Despreparado para as falsetas da vida.


Sou o que restou de mim.

Uma fração do que eu era para ter sido.

Mas de raízes profundas.

Adubadas por um coração generoso

que me permitiu seguir em frente.

Subsistindo na pátria em que nunca 

deixei de ser menino.





 

2 comentários:

  1. Muito lindo, Ivan, não vejo a hora de estar com o seu livro nas mãos.

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    1. Obrigado querida, também estou ansioso. Como quem espera um filho rsrsrsrs

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