quarta-feira, 27 de julho de 2022



              amor-pústula



Flores putrefactas adornam o lodo dos afetos. 

Morada de baratas glabras,

ratos sub-reptícios,

serpentes ávidas.

Na vida infectada, sob a lei dos homens, 

agoniza o coração ferido e desenganado,

abandonado pela sorte,

pelo amor conspurcado.

Amor-pústula, aniquilado pelo desejo sórdido.

Por prazer ou vingança ?


Nunca se sabe o que há do lado de lá 

dos muros fatigados.

Dos afetos lacerados, crenças inocentes

de um tempo sem rostos e paisagens,

na dubeidade do amor imprudente,

gasto à revelia da razão.


Sigo meu caminho sozinho, sangrando,

a espera que o tempo 

converta tudo em silêncio. 


 





 

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