sábado, 9 de julho de 2022

 

                 a diferença





Cena urbana corriqueira que flagrei 

outro dia : uma ninhada de gatinhos 

abandonados numa caixa de sapatos. 

Menos mal que sempre há alguma alma 

caridosa para acolher os bichanos, como foi o caso,

folgo em dizer. 

Menos sorte teve uma prole de ratos 

que minha mãe descobriu 

no fundo de um armário velho, na minha longínqua 

infância em Cachoeira do Sul, incinerados, 

ainda vivos, no quintal.

O guincho agonizante dos bichinhos e o cheiro 

de carne queimada nunca mais me abandonaram. 

Pois assim é a vida, em que nascer gato ou rato 

faz toda diferença.







 





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