terça-feira, 5 de julho de 2022



                      esquecido da vida,

                me inventei de ser feliz





Pregustar a manhã, o leve e macio toque do sol.

Que faz arrebol, desova passarinhos,

brinca com o vento.

Ah, o florescer do dia, regado por restos de orvalho,

pétalas noturnas, 

a pensar as cicatrizes de batalhas perdidas.

Esquecido da vida, me inventei de ser feliz, 

ainda que por instantes.

Bom seria ser o musgo dessas pedras,

"comunicando-se apenas por infusão, por aderências,

por incrustrações", como no poeminha pescado

nas pré-coisas de Manuel de Barros.

 

 

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