domingo, 28 de agosto de 2022



               a norma vigente



O doentio é a norma vigente.

Banquetes e latifúndios de prazeres no tempo 

em que quase tudo é descartável.

Fracassamos em buscar significados onde os sentidos 

comungam a exuberância perdida.

Desamparo, escombros, ruínas sacrificam o tempo

enovelado em caudalosa agonia.

Para que serve a fúria ? Para que serve um poema ?

O mundo tornou-se estranho sob novas regras fungíveis.

Tão deletérias quanto. O monstruoso e o maldito 

como declaração de princípios.

O preciosismo linguístico não dá conta de tanta vulgata. 

Sem sexo, sem bola, sem vícios, a vida é uma droga.






 



 

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