quarta-feira, 3 de agosto de 2022



                      

                   OS ARRIMOS DA CRIAÇÃO






Memórias e paisagens refinam-se em ambivalência. 

Imprecações não são bem-vindas. Mas há exceções. 

O fio da meada e o fio de Ariadne elucidam-se em frêmito.

Se as coisas não forem complicadas, que graça têm ?

Como já dizia meu pai, ninguém perde por ser cauteloso.

Se você não sabe, desaprenda.

Meus melhores versos Rimbaud já escreveu.

Nada do que eu supunha aconteceu.

Não fomos feitos para amar o próximo incondicionalmente.

Passeei invisível pelo shopping. 

Habituar-se à lâmina, para não sentir o corte.

Habituar-se à divergência, para tolerar a incompreensão.

A virtude é uma causa perdida.

Depois da curtição, vem a ressaca sinestésica.

Lua nua em água lenta articula náiades concupiscentes.

Vontades infelizes vão além dos enganos. Continuam sem

medir a iniciativa e as consequências.

Benditas sejam as criaturas pacíficas, inermes, que não fazem

mal a ninguém, 

crustáceos, moluscos, galináceos, toda a família

dos bovídeos, pássaros, caracóis, grilos, sapos, borboletas, 

besouros...

Os arrimos da Criação. 



 





 







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