outro
qualquer
eu
Não sou um homem como qualquer outro.
Sou um outro como qualquer eu.
Meu fardo é meu fado.
Sou fiel a meu legado.
Mas não faço nada obrigado.
O que eu era ontem não renego.
Apenas me nego
a continuar cego.
O mundo já acabou
e se refez tantas vezes,
que nada é efetivamente novo.
Tudo morre e renasce
como a galinha e o ovo.
Serão os homens todos iguais ?
Diferentes apenas em condições especiais ?
Quando deixam de ser animais ?
O que sabes tu de mim,
se nem a ti mesmo conheces ?
Teu retrato, perdido em alguma gaveta,
honrosa exceção na profusão
das coisas esquecidas.
Deus se perdeu
na eternidade
ou na senilidade ?
A única morada que dura
é a da sepultura.
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