guardador de memórias
Algo sempre nos falta. Pouco é muito, muito é pouco.
Meus pensamentos levo-os à cortejos de triunfos
à prova de fábulas.
Defendo o meu lado, porém o vício de viver
é danado de bom.
O coração com fundo falso é fértil em expedientes.
Não é culpa minha não ser levado a sério. Ou a sério demais.
Guardador de memórias para as horas difíceis, obedeço
à distração que queima o fogo, extinta a vontade de ser
mais do que posso.
Meu mundo inundado de sonhos desfeitos anula as virtudes,
você sabe, ninguém é confiável.
A verdade sai pelo ladrão. Sem ser cético nem dogmático,
a cabeça funde : Maniqueu, cuida dos meus.
Cada um merece o que não tem.
Quanto mais, pior. Quem supre, os desejos defenestra.
A percepção é a argamassa que engendra
as hipóteses.
Nada justifica abolir o juízo. Senso e contrasenso
anexam-se e se opõem.
Há que encontrar um lugar adequado para o ausente.
Porque no fundo, tudo consiste em minorar
o sofrimento.
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