quarta-feira, 21 de setembro de 2022


                        

             cansei de estragar tudo




Eu e essa maldita mania de estragar tudo. 

Nada que faço dá certo.

Meu passado me condena, já viram esse filme ? Ou terá

sido uma novela mexicana ?

Alma de polichinelo, zonzo da vida, cansei de tudo.

De enganar e ser enganado.

Despreparado para o entendimento, deponho os equívocos.

Desconfio de eloquentes manifestações de apreço.

Constato que não esclareço nem convenço.

O oposto de mim quem seria ? O alvo ou o arqueiro ?

A carapuça sabe a quem se destina.

Minha mente invadida de elipses, simetrias, desavergonha

as tripas. 

Num ditoso dia, o terror girou a manopla 

dos signos adversos, 

de tanga, de canga, 

e o memorial de maravilhas repeliu o espetáculo.

Sigo em frente mas já vou avisando : partes pudentas,

partes in partibus

Não vi tudo mas é fácil deduzir.

Grandes mistérios, grandes ignorâncias. 

Isto e aquilo não se resolvem, no máximo se toleram.

De tanto tropeçar em equívocos, aprendi a me foder

sem reclamar. Lamúrias, só in extremis.

Não era para ter sido assim, mas foi. 

O peripatético produzindo mudas, galhos periféricos. 

Menos mal.

Breve o conflito acaba.

Até lá, bato continência para o acaso.


 

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