diamantes
Quando tudo parece inútil e incerto,
contemplando o inexistente, a vida sem sentido,
sufocado por um sentimento de morte silenciosa.
Quando tudo se repete dia após dia,
e os anos passam sem nada para reter,
nada além de recônditas epifanias.
Quando a vontade gasta se desprende
enquanto o irreversível tempo avança,
e a esperança
destece sua cansada história.
Quando o grave círculo que tudo abarca
completar seu ciclo, e a carne corrompida
remontar aos gozos infernais.
Quando, enfim, se ver envelhecido em meio
a tantos espelhos e delicados paradigmas,
esquecido do próprio passado.
Quem sabe, então, a rotina, o sonho e os rostos
apagados da memória, se convertam em esplêndidos
e atrozes diamantes.
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