segunda-feira, 9 de janeiro de 2023



                       verso novo



Nesta manhã sem carências, sem assomos, assombros,

apenas plácida, de alguma forma revestida

dos mistérios que ninguém sabe

nem saberá,

a humilhação de envelhecer me espreita.


O desejo sublimado, melancólico e vertical,

investido do que era dor e conhecimento,

pulveriza o coração, devassa o verso novo,

a vontade desorbitada, as quimeras que não vingaram.


Na manhã dos homens, o rude ofício de viver

excede o desejo do não vivido,

irmanando-se

a vergonha e as lágrimas dos poetas martirizados,

incapaz de expressar

o real significado do amor, da justiça, da paz.

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                                       não acredite                         quando digo                        que te amo Não acredite quand...