verso novo
Nesta manhã sem carências, sem assomos, assombros,
apenas plácida, de alguma forma revestida
dos mistérios que ninguém sabe
nem saberá,
a humilhação de envelhecer me espreita.
O desejo sublimado, melancólico e vertical,
investido do que era dor e conhecimento,
pulveriza o coração, devassa o verso novo,
a vontade desorbitada, as quimeras que não vingaram.
Na manhã dos homens, o rude ofício de viver
excede o desejo do não vivido,
irmanando-se
a vergonha e as lágrimas dos poetas martirizados,
incapaz de expressar
o real significado do amor, da justiça, da paz.
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