tempos de murici
No fim, o que resta é o marasmo que cultiva
o vazio interior.
A coroa de espinhos.
O lixo dos dias.
A pressão alta.
Tempos de murici.
O muito que precede o pouco.
De tudo que foi excesso e carência.
As epifanias emprenhadas de vazios.
O desconsolo das ausências despetaladas
sob lentas verdades e mitos.
De tudo que habita-se renascido nos ciclos
além dos desejos.
Além dos propósitos.
No fim, o fim oferta-se em sacrifício
resgatado do fogo purificador.
Lavado do hades interior.
No qual a verdade é luto
e o Éden é a ausência de conflitos.
No fim, abandonado o velho roteiro, tudo carece
ser reescrito.
Como cada vez em que os tempos difíceis
maltratam a consciência
e profanam tudo e todos a quem nos apegamos.
O peso dos erros mescla-se ao desejo de celebrar
os fracassos.
Dançar sobre os cadáveres dos falsas afetos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário