escuridão
No amplo amplexo humano, todo trâmite consiste
em frustrar as engrenagens do mundo.
Em austero escambo com o acaso, tateamos em busca
de benesses e bonanças que curem.
No frescor de sóis que morrem, o engodo da convivência
sem conflitos renomeia as trapaças.
Com letras que mal foram escritas, cada sílaba
é um ato de sabotagem.
Banida a esperança forjada em exílios, a palavra estéril
encena a farsa que guarda futuros.
De suas raízes, o amor fraticida concebe o impensável.
Procurando partilhas que não nos pertencem.
A mutante alegoria do tempo produz anomalias em série.
Inundando leitos e pátios monótonos
como um domingo de chuva.
Certas escuridões são mais escuras que outras.
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