meu melhor acalanto
Lembro do silvo agudo dos maçaricos voando
antes das tempestades.
Os eucaliptos encharcados tremulando ao vento.
O cheiro luxuoso da chuva empapando a terra.
Os andorinhões procurando abrigo nas árvores.
O céu inteiro prestes a desabar ao rebombar das trovoadas.
As poças se formando no quintal,
que depois ia chapinhar sob o alarido alegre
dos meus dois cães de guarda.
Sempre gostei da chuva. Lembro com carinho
das tempestades repentinas dos escaldantes verões
da minha infância gaúcha,
e mais tarde, da garoa gelada das manhãs curitibanas.
Os pingos ecoando na rua, batendo na vegetação,
ainda são o meu melhor acalanto.
A chuva lava a sujeira da vida.
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