sábado, 1 de julho de 2023


                            

                        meu melhor acalanto





Lembro do silvo agudo dos maçaricos voando 

antes das tempestades.

Os eucaliptos encharcados tremulando ao vento.

O cheiro luxuoso da chuva empapando a terra.

Os andorinhões  procurando abrigo nas árvores.

O céu inteiro prestes a desabar ao rebombar das trovoadas.

As poças se formando no quintal,

que depois ia chapinhar sob o alarido alegre

dos meus dois cães de guarda.


Sempre gostei da chuva. Lembro com carinho

das tempestades repentinas dos escaldantes verões 

da minha infância gaúcha, 

e mais tarde, da garoa gelada das manhãs curitibanas. 

Os pingos ecoando na rua, batendo na vegetação,

ainda são o meu melhor acalanto.

A chuva lava a sujeira da vida. 














  

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