o caminho que não escolhi
Ando incógnito por um caminho que não escolhi.
Misturado ao torvelinho alucinado de vassalos de telas, teclas,
aparatos digitais que invadem, assediam, corrompem
o perene rocio das virtudes.
No grande mar de rostos regurgitados por uma engrenagem
frenética e desregulada, herdeiros mal nascidos
barbarizam
em nome de deuses plastificados e desdenhosos.
Estranhos se tornam íntimos, espectadores tomam partido
em cada evento que se autodestrói, sucessivamente.
No ágora em que tudo e nada acontece, a milagrosa
iniciação claudica e prescreve,
indiferente ao burburinho ordinário.
Como um fugitivo atento, me embrenho na autofagia
do tempo para não ser devorado.
Antes de devorar-me o caminho que não escolhi.
A vida que não quis.
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