entre engodos e mentiras
O cenário esculpido de mazelas zela por seus loucos.
Invectivando garras como a pítia sobre
a trípode falsamente engenhosa.
Ora penetrando na absconsa gruta, ora redopiando
em torno do nada.
A hora do desespero não perde a hora.
Exaustos, deixamos por isso mesmo. Os apelos do influxo
incorporam os pináculos frígidos dos estertores.
Ao tempo em que o anelo digital penetra pelas órbitas
insaciáveis, engolindo bosta e expelindo sensações
de brisa.
Somos mais virtuais que reais, sob a hedionda máscara
do deleite sem culpa.
A pequena vida lateja como estátua num jardim abandonado.
Um deus vítreo e metálico despreza os fantoches dançantes
ungidos por adoradores do reles.
O que se pode fazer quando alguns tem só direitos,
enquanto outros só obrigações ?
Tudo e nada.
Nada e tudo.
Nada acontece sem um motivo. Nem sempre razoáveis.
Cristo subiu ao calvário para salvar
o que não pode ser salvo.
É lícito supor que não o faria de novo.
Mais sensato é orientar-se com os cegos
e festejar com os loucos.
Entre o engodo e a mentira, erguem-se as tochas
e os cantos de vitória.
Traidores da pátria refestelam-se como criminosos
homiziados.
Marcham intactos desde os primórdios.
Nada pode derrota-los.
Que importa se tudo se faz de novo ?
A palavra conforta e distrai.
Somos todos e um só. Estar na plateia ou no palco
já nos condena a consumição perpétua.
O teu fracasso é o meu fracasso, desconhecido irmão.
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