segunda-feira, 24 de julho de 2023


               entre engodos e mentiras





O cenário esculpido de mazelas zela por seus loucos.

Invectivando garras como a pítia sobre 

a trípode falsamente engenhosa.

Ora penetrando na absconsa gruta, ora redopiando 

em torno do nada.

A hora do desespero não perde a hora.

Exaustos, deixamos por isso mesmo. Os apelos do influxo

incorporam os pináculos frígidos dos estertores.

Ao tempo em que o anelo digital penetra pelas órbitas

insaciáveis, engolindo bosta e expelindo sensações

de brisa.

Somos mais virtuais que reais, sob a hedionda máscara

do deleite sem culpa.

A pequena vida lateja como estátua num jardim abandonado.

Um deus vítreo e metálico despreza os fantoches dançantes

ungidos por adoradores do reles.

O que se pode fazer quando alguns tem só direitos,

enquanto outros só obrigações ? 

Tudo e nada.

Nada e tudo.

Nada acontece sem um motivo. Nem sempre razoáveis.

Cristo subiu ao calvário para salvar 

o que não pode ser salvo.

É lícito supor que não o faria de novo.

Mais sensato é orientar-se com os cegos 

e festejar com os loucos.

Entre o engodo e a mentira, erguem-se as tochas

e os cantos de vitória.

Traidores da pátria refestelam-se como criminosos

homiziados.

Marcham intactos desde os primórdios.

Nada pode derrota-los.

Que importa se tudo se faz de novo ?

A palavra conforta e distrai.

Somos todos e um só. Estar na plateia ou no palco

já nos condena a consumição perpétua.

O teu fracasso é o meu fracasso, desconhecido irmão.













 



 








 

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