quinta-feira, 13 de julho de 2023



                razão de viver





O que perdi quando me achei ?

A razão de viver ? 

A vida sem rumo ?

A fuga completa de ser ?

Os desejos se opõe a sonolência dos cursos.

A matéria conspurcada ornamenta o lento processo

que resiste a violência do tempo.

Em busca de achar-me, abraço a transitoriedade

de tudo

com os sentimentos revoltos.

O que deixei pelo caminho mofa nos desvãos da memória.

Se agora me interrogo é porque não tenho

mais nada a perder.

Pouco importa o que fui, se o que sou

remonta às coisas que não aconteceram.

Vivo em função do que nunca aconteceu.













  

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