segunda-feira, 30 de outubro de 2023



                   a possessão dos afetos



Mares sem estrelas revolvem a areia

tranquila das mudanças. 

Veias abertas destroem os dias radiantes

e toscos.

Lento e sinuoso é o curso para Naxos.

Sigamos com as mãos entrelaçadas para que o mal 

não chegue a nós.

Na morada de Circe, mares e estrelas sem limites

acionam o adágio dos ventos.

Os males escorrem tecendo tramas sem fim.

Não há hipótese da remissão dos pecados.

O mundo é o que é. O que sempre foi.

"A não ser que você o despoje", ultrapassando o grande

rio de Héracles.

Assim falou Zaratustra, quando indagado :

ninguém é alguém que não sabe ser.

Quem rompe com o silêncio que aguente as consequências.

O tempo não é o mal, o mal é a humanidade.

Degenerados não tem preocupações intelectuais.

Muito menos morais.

O tempora, o mores de Cícero estão sempre nos 

pondo à prova.

O valor do dinheiro acaba onde começa o apego.

Fora do inferno a vida tramita dentro e fora do alcance 

das contendas sujas e ridículas.

Nem palavras as quais ser fiel são confiáveis.

O flagelo do homem é confiar.

Só é livre e feliz quem se livra

das possessão dos afetos.
























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