inumanos
O tempo de adivinhações e presságios abriga
deuses terríveis.
A fúria dos dias imita as raízes sob a terra, à procura da luz
que as verbenas inflamam.
Do homem que se condói, o amor não se desprende.
Para que se torne algo maior, alheio ao mundo que o vergasta.
Normas mais antigas que os crocodilos do Nilo remontam
a esfinge e ao obelisco das eras.
Guerras são o adubo da terra.
Há soluções e bálsamos para tudo, desde que se
prescinda da razão.
A solidão repartida infecta os porões familiares
com o desconsolo dos proscritos.
A dualidade que rege o tempo e o espaço desconhece
o assombro.
Os profusos sentimentos malogram, confusos.
O que somos transplanta as frágeis mudas de nossas
fraquezas e imperfeições.
Jamais seremos melhores do que somos.
Perseverantes, sonhamos os sonhos improváveis.
Sem futuro, sem perspectivas,
imundos.
Inumanos.
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