sábado, 25 de novembro de 2023



                 inumanos





O tempo de adivinhações e presságios abriga 

deuses terríveis.

A fúria dos dias imita as raízes sob a terra, à procura da luz 

que as verbenas inflamam.

Do homem que se condói, o amor não se desprende.

Para que se torne algo maior, alheio ao mundo que o vergasta.

Normas mais antigas que os crocodilos do Nilo remontam

a esfinge e ao obelisco das eras.

Guerras são o adubo da terra.

Há soluções e bálsamos para tudo, desde que se

prescinda da razão.

A solidão repartida infecta os porões familiares 

com o desconsolo dos proscritos.

A dualidade que rege o tempo e o espaço desconhece 

o assombro. 

Os profusos sentimentos malogram, confusos.

O que somos transplanta as frágeis mudas de nossas

fraquezas e imperfeições.

Jamais seremos melhores do que somos.

Perseverantes, sonhamos os sonhos improváveis.

Sem futuro, sem perspectivas,

imundos. 

Inumanos. 





 



  




 

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