sábado, 16 de dezembro de 2023



                   as coisas sem nome





O que aconteceu é tarefa já cumprida.

O presente se revela e se mascara de silêncios homicidas.

Descobre-se o mito que não tarda em desfazer-se.

Alegres e aflitos, matamos a esperança a

fim de engendrar novos inícios.

Crivados de enigmas e artifícios.

O equilíbrio do mundo rejeita a hipótese da inocência

sem culpa.

O indecifrável compreende a eternidade das coisas sem nome.


Quem dera a beatitude da luz que se derrama nos vergéis.

Para tornar menos penosa a manhã que chega prenhe

de imposturas. 

Poder amar a mudez expectante das torturas e feras enjauladas.

Perdoar-se pelo crime de viver.

Para que a vida ainda valha a pena ser vivida.











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