quando te vi pela primeira vez
Quando te vi pela primeira vez,
teu olhar desconfiado
atiçou em mim
uma espécie de inanição enroscada
na garganta.
Fez meu coração bater como se estivesse
à beira de um despenhadeiro.
Quando te vi pela primeira vez,
senti iluminar o tráfego dos desejos.
Vi meus becos quebrarem o invólucro
das gestações inflamáveis.
Nem santa nem puta, volveu vagas reativas.
Serei um novo eu a cometer os mesmos desatinos ?
É tão bonito o entardecer a teu lado.
Odores suicidas perfumam o ambiente insolúvel.
Revivendo medos cativos.
Vagos saberes partem o chão sem trilhas.
Quando te vi pela primeira vez,
senti que nada seria como antes.
Na vaga-vida-sofrida, os pés trincados absorvem
a poeira batalhada em pedra.
Vieste como uma tábua de salvação.
Para me lembrar que as flores crescem de novo.
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