terça-feira, 13 de fevereiro de 2024



                  a última morada





Lá onde veredas preguiçosas descansam

e rios sem perspectivas desaguam

nuvens dançam

manhãs silenciosas pastam

cismo o sereno silêncio

que desejaria ter 

como última morada.


Lá onde não há roubos, crimes, carnavais

moças de vestidos coloridos passam

crianças jogam bola na praça

e janelas abertas

espiam o tempo que não passa

sonho ter

como última morada.


Lá onde as inquietudes repousam como flores no caixão 

e o que passou já não importa

e o esquecimento suavemente vem

e o pobre amor caminha sobre as águas

quisera ter

como última morada.


Lá onde minha mãe cozinhava, fiava, tecia, 

e minha avó capinava, sem nunca perder a

alegria,

e o meu pai possuía essa grande força que o fez eterno,

e um eco bondoso paira sobre todos aqueles

que habitaram minha gloriosa infância

em lembranças que nunca me abandonaram,

vislumbro o menino que ainda há em mim 

a me levar pela mão

a última morada.









  


 

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