cuspir ou engolir
Se impossível for, inventemos, ora pois.
Impérios e adultérios insuflam a catapulta.
O colapso iminente agasalha crisálidas temporãs.
Com quantos quadriláteros se faz um cubículo ?
Calma, tretas desvendam-se a revelia dos fatos.
Guelras e goelas solfejam ante catervas niilistas.
A pausa dos despautérios levita calcanhares de Aquiles.
O intrépido espantalho saúda a desmemória dos paspalhos.
Parasitas galgam os degraus da sabedoria virtual, expelindo
proezas em podcasts e em mentorias
regiamente remuneradas.
O universo preciso precisa ser inexato para fazer sentido.
O ato, de fato, não é apenas falho mas caricato.
Na vida como nas urnas eletrônicas, o total apurado nem
sempre condiz com o resultado.
Tudo o que se refaz, se repete.
Babel cumpre bem seu papel, continuamos não nos entendendo.
Uma coisa é certa : tamoios e timbiras sentiriam vergonha
de nossa pusilanimidade.
O câncer de Brasília frauda até o diagnóstico.
Bater continência para ladrão, que cagões !
Entre Pirro e Sísifo, fico com Parmênides. Com louvor.
Lanterna à mão, as luzes do entendimento bruxuleiam.
Onde não há provas, planta-se, ora bolas.
Quem nunca atirou a primeira pedra tem o voto de minerva.
Sabedoria popular é aquilo que a gente fala mas não faz.
Não lhes parece que os ministros do supremo vivem
de molestos seres e pareceres ?
Prisões ilegais, arbitrariedades, pré-julgamentos : tudo
agora é em nome da democracia.
Ou seria a democracia do demo ?
Só nos resta cuspir ou engolir.
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