viver é bom
Viver é bom mas melhor ainda
é ter a si mesmo como mestre.
Para o que der e vier.
Paciente e humilde como um apanhador de centeio.
Capaz de ver, retrover, introver,
levitar,
abraçar o mundo matizado de estigmas et frutos altivos,
descobrir o alfabeto das formigas (como Manuel de Barros),
ter fome de pedras (como Rimbaud),
fazer do inconformismo ponte para convergências,
evadir-se da realidade para substituí-la por outra que se
contempla, renascida.
Despertar para aquém e além dos roteiros expectantes,
vagando em vinhas que se embriagam de esperar.
Seguir em frente sem saber para onde ir,
entretido com o precário dom de existir.
Eximir-se de entender, para assim dispensar os porquês.
Viver é bom mas melhor ainda é desfrutar
da prazerosa companhia do amor.
É voar longe,
perscrutar novos horizontes.
Sem nada para justificar.
Leve, solto, livre para viver tudo
sem sair do lugar.
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