domingo, 24 de março de 2024



                     clausura sem prisão





As larguezas de meus itinerários se estreitam.

Eu e essa clausura sem prisão, que, sem amor,

afia a foice cega da minha poesia.

Profundo e imundo, meu coração se acostumou

à ódios e insultos.

Minha alma corcunda circunda o inaudito.

Vivo entre muros de arrependimentos e mesmices

convencionais.

O clamor das vitórias e dolos converte-se à inquieta 

alacridade das impermanências.

Ironicamente, tudo se perde na fugacidade das palavras.

Minhas verdades, embriagadas de sensações e equívocos

passados, fomentam desentendimentos crônicos.

Eu e tu, tu e eu, somos opostos que sarabandam apoteoses

de ilusão.

Tudo entre nós remonta à alucinações cruciantes.

Vivemos entre as escaramuças de nossos desiguais.

Não há esperança onde não há diálogo.

Minhas culpas e meus desatinos entretecem-se

nas ramas de tuas prevenções.

Engravidei-te em desespero de causa.

Para que uma filho possa abrir novas searas.

Ou nos afastar de vez. 




 








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