clausura sem prisão
As larguezas de meus itinerários se estreitam.
Eu e essa clausura sem prisão, que, sem amor,
afia a foice cega da minha poesia.
Profundo e imundo, meu coração se acostumou
à ódios e insultos.
Minha alma corcunda circunda o inaudito.
Vivo entre muros de arrependimentos e mesmices
convencionais.
O clamor das vitórias e dolos converte-se à inquieta
alacridade das impermanências.
Ironicamente, tudo se perde na fugacidade das palavras.
Minhas verdades, embriagadas de sensações e equívocos
passados, fomentam desentendimentos crônicos.
Eu e tu, tu e eu, somos opostos que sarabandam apoteoses
de ilusão.
Tudo entre nós remonta à alucinações cruciantes.
Vivemos entre as escaramuças de nossos desiguais.
Não há esperança onde não há diálogo.
Minhas culpas e meus desatinos entretecem-se
nas ramas de tuas prevenções.
Engravidei-te em desespero de causa.
Para que uma filho possa abrir novas searas.
Ou nos afastar de vez.
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