é tão bom e tão ruim viver !
A rosa floresce para além das primaveras eternas.
O humus dos dias estiolados engendra ardores crepusculares.
Infâmias iluminadas desfolham a lua encardida.
A despeito de tudo, a mente regurgita verdades em prol
das conveniências.
Vozes ensimesmadas baralham-se à míngua da cegueira.
Por pior que seja, qualquer coisa amputada faz falta.
Não há nada que não possa ser sacrificado
em desespero de causa.
Salvo viver, salvo o prazer de sofrer por nada.
É tão bom e tão ruim viver !
Aconteça o que acontecer, não há bem que sempre dure
nem mal que nunca acabe.
O chulo sempre encontra uma forma de ocultar
a grandeza do pouco.
A paciência alude às causas certas, se nada deu certo,
tente novamente, novamente, nova mente...
Não há desonra na desdita do pobre.
Mesmo quando desmascarado, o mentiroso leva
sempre vantagem.
A evasão total de pejo tem lá suas virtudes.
Eu sou o que não pude ser.
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