elegia post mortem
Prezo mais meus defeitos
do que minhas (parcas) virtudes.
Em tudo que a memória translada,
a irmandade atabalhoada
fede a escória.
A forma mais estranha remenda-se, soluça ao pé
da tumba, conquanto tenta ser pobre como os ricos.
Ó, glória !
Ó, vitória !
Entrelaçam-se as fundições dos versos
ferozes, à luz da loucura da razão.
Destemidos cantares seguem à frente
dos próprios atos,
engolindo o choro inexato.
Olhos díspares transformam-se
em luxúria.
O medo cheira a tijolo e a perdão.
Mas, no entanto, é um aprazível
inchar-se de chumbo que liberta
a laica humildade.
Que há de ser inesquecível.
Mesmo que nada aconteça, mesmo que a infausta
analogia das lembranças ferva em desgosto.
Arrosta-nos a grandeza póstuma dos holocaustos.
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