demência
O frio castiga, o calor fustiga.
Enquanto o povo passa, o frio e o calor
embotam os dias.
Ao meio-dia o boia-fria dorme o sono
dos justos.
A noite ninguém sabe onde tudo começa e termina.
Estagnado no ato, o cortejo das prostitutas inventa
a fundura dos gemidos.
O endiabrado e o ensanguentado se convertem
à luz dos fatos caricatos.
Inversão de valores coabita o nascedouro
das máquinas sem juízo.
Onde o perdido e o triste abarcam a pontual oratória,
já sem vida, o ovo e o olfato
transformam-se em dinheiro.
O que impede o animal de gozar ?
O gozo espiritual é herege ?
Distrações lunares intercedem a favor dos
anacoretas.
A sede de ignorância é maleável.
Minhas verdades perderam a data de validade.
Nem a tília nem o lilás matam a fome de razão.
A loucura engrandece a demência,
para que a vida afunde, iracunda e banal.
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