confissões impuras
Meu espaço engole o tempo, enquanto a íntima verdade
destoa da realidade.
Ninguém pode ser muito, sob pena de não ser nada.
Quando se trata de ocultar as coisas, o ignorado
explode sem ônus.
A menos que esteja preparado, abstenha-se
de ser feliz.
Ontem como hoje, o real e o imaginário prometem
mas não cumprem.
Apagar a memória requer confissões impuras, que afloram
em meio a raiva.
Quem se vê acuado confronta os acordos de paz.
Uma escória vale mais que um estado de imundície.
O corpo gerido macera raízes expostas, para que
as paisagens camufladas ofusquem a visão.
Os que desistem litigam em causa própria, em desdouro
do que não se teve.
Eu e você
Você e eu
provamos o luto do que não morreu.
Por nunca ter sido.
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