sexta-feira, 26 de julho de 2024

                         


                             confissões impuras


Meu espaço engole o tempo, enquanto a íntima verdade 

destoa da realidade.

Ninguém pode ser muito, sob pena de não ser nada.

Quando se trata de ocultar as coisas, o ignorado

explode sem ônus.

A menos que esteja preparado, abstenha-se

de ser feliz. 

Ontem como hoje, o real e o imaginário prometem

mas não cumprem.

Apagar a memória requer confissões impuras, que afloram

em meio a raiva.

Quem se vê acuado confronta os acordos de paz.

Uma escória vale mais que um estado de imundície. 

O corpo gerido macera raízes expostas, para que 

as paisagens camufladas ofusquem a visão.

Os que desistem litigam em causa própria, em desdouro 

do que não se teve.

Eu e você

Você e eu

provamos o luto do que não morreu.

Por nunca ter sido.



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