a verdadeira face
A raiva embute o genoma da verdade.
Quando tudo que está represado, mantido em fogo morno,
contido, disfarçado, e de repente vem à tona,
você enfim se liberta,
mas também revela sua outra face.
A hedionda face que esconde e com a qual
se faz passar pelo que não é.
Sim, a raiva pode ser libertadora,
mas no fundo não deixa de exteriorizar
os seus próprios podres.
A raiva descontrolada e indiscriminada
aflora o que temos de pior.
Quando nos leva a raspar o fundo do tacho das ofensas,
e o mais degradante : inventando, invertendo,
projetando nos outros
nossas próprias mazelas e malignidades.
A raiva, a ira, são parte vital da natureza humana,
e de certa forma inevitáveis.
Inevitáveis e justificáveis, por tratar-se de um sentimento
de proteção e autodefesa.
A própria Bíblia está repleta de passagens sobre
a ira de Deus.
A diferença está na desordem emocional que estabelece
o exagero das reações.
Quando a raiva é motivada por ressentimentos, rancor, ódio,
que cegam e nos levam a perder o
necessário senso de justiça.
"Bem-aventurados os mansos de espírito, porque
é deles o reino dos céus" (Mt 5.5).
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