sexta-feira, 26 de julho de 2024



                       a verdadeira face





A raiva embute o genoma da verdade.

Quando tudo que está represado, mantido em fogo morno, 

contido, disfarçado, e de repente vem à tona,

você enfim se liberta,

mas também revela sua outra face.

A hedionda face que esconde e com a qual 

se faz passar pelo que não é.


Sim, a raiva pode ser libertadora,

mas no fundo não deixa de exteriorizar 

os seus próprios podres.

A raiva descontrolada e indiscriminada 

aflora o que temos de pior.

Quando nos leva a raspar o fundo do tacho das ofensas, 

e o mais degradante : inventando, invertendo, 

projetando nos outros

nossas próprias mazelas e malignidades.


A raiva, a ira, são parte vital da natureza humana,

e de certa forma inevitáveis.

Inevitáveis e justificáveis, por tratar-se de um sentimento

de proteção e autodefesa.

A própria Bíblia está repleta de passagens sobre 

a ira de Deus.

A diferença está na desordem emocional que estabelece 

o exagero das reações.

Quando a raiva é motivada por ressentimentos, rancor, ódio,

que cegam e nos levam a perder o 

necessário senso de justiça.









"Bem-aventurados os mansos de espírito, porque

é deles o reino dos céus" (Mt 5.5).


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