causas perdidas
O que nos trouxe até aqui se perdeu
no fluxo dos enxames.
Fora de nós os interesses em jogo
desmontam o passado.
O que fomos, o que fizemos
adoece sob a imobilidade das causas perdidas.
O peso sobre os ombros supõe ouvir nereidas.
Aqueles que não sucumbem desistem de si mesmos.
Reduzidos a anelos fúnebres.
É tempo de amar o impossível.
Entrever no sentimento novo os desejos
sequestrados,
enquanto elefantes sobem nos telhados.
Há que rasgar os manifestos, defenestrar
os incestos,
em prol dos mais ordinários impulsos.
Os planos de redenção remontam a delinquentes
de ofício.
Quando se trata de tirar proveito, é preciso dar
o que a vida pede.
A raiva das línguas faz as honras da casa.
A vontade de fugir se vinga ficando.
Desistir sem sequelas viola a diáspora dos triunfos.
Não há razão para desespero quando a cepa
do fracasso é a incompreensão.
O enjambement é meu antídoto contra a
mesmice dos enredos.
Desanuviar-me das obrigações é meu ultraleve.
O possível itinerário trânsfuga experimenta
erros de outra espécie.
Prefiro ficar com os meus, que já conheço.
Agradar todo mundo é a maior das causas perdidas.
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