o mal cancerígeno
O que não vês
camufla o mal cancerígeno.
Por onde o fungo expulso fermenta as coisas inacabadas,
garras em riste promulgam o mérito
das leis indigentes.
Outros decidem por nós.
Outros vivem por nós.
Somos meros espectadores da ascensão
meteórica da ralé.
É o grande milagre do mundo digital.
Em que uns enganam os outros, numa
grande pirâmide virtual.
Que ninguém sabe onde vai dar.
Eu não danço conforme a música, mas
bem que gostaria.
Para não me sentir tão idiota.
A cultura do lixo pode ser bem elitista.
Há que ter estofo.
Vender o que não existe não é para qualquer um.
Muito menos a ilusão de ficar rico.
Frente ao apelo audiovisual, gosto é o de menos.
Gosta-se por exclusão.
Tudo está mais aquém e além do que parece.
Mas não me dou por vencido.
O futuro me chama com cara de passado.
Mal comparando, nunca desisti de ser alguém melhor.
Perdoe, amor : nós, poetas,
somos muito melodramáticos.
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