domingo, 11 de agosto de 2024




                    sei do amor por ouvir dizer





Sei do amor por ouvir dizer.

Sérias e fundas controvérsias cercam o assunto.

Há quem fale maravilhas e diga que não consegue

viver sem.

Já outros fogem dele como o diabo da cruz.

Donde se conclui que não há como saber

sem experimentar.


Sei de ouvir que o amor é bicho arisco e ardiloso.

Que pode ser doce como fel.

Cego entre luzes e faróis.

Pode ir do tudo ao nada do nada, enquanto sangra

ou joga tênis.

Não obstante degenerar-se com o tempo, 

regozija-se e multiplica-se até a exaustão, 

enquanto adestra os instrumentos de possessão.

Como isso pode ser bom, me diga você, sabichão ?


De minha parte, prefiro pegar gripe, gonorreia, câncer.

Qualquer coisa é melhor que ficar à mercê de algo

que pode te levar

do céu ao inferno, sem nem mais nem por quê.

Amar, está na cara, é para os fortes e destemidos.

Para os carentes, os caretas que ainda acreditam em 

balelas como fidelidade e baboseiras como "juntos até

que a morte nos separe".


Sei do amor por ouvir dizer.

Em vão, tentei não me submeter.

Como se o coração não fosse

mais cego e surdo que uma porta. 

















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