domingo, 29 de setembro de 2024


                        é o que há





A vida esmorece de ser em alegorias evanescentes.  

Reabrindo feridas, repetindo a sanha das desavenças, 

crivada de começos e recomeços 

de rubras florações. 

A luz dos conflitos alumia as sagas hereditárias.

Crucial é a desmemória.

Crucial é a demência da vitória.

As sangrentas batalhas se resolvem à revelia 

dos respectivos fins.

A humana humanidade se deleita em abismos inocentes.

Ao negar-se a esperança, os temores ameaçam

a calma transitória.

A vida feita de resignar-se é o que há.

Quebrando-se para resistir.

Renascendo para sobreviver.



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