moinhos de vento
Nuvens cansadas vagam pelo céu indeciso.
Chove ? Faz sol ? Pouco importa.
Redemunhos de sombras galopam com destino opostos.
Pedaços de lucidez forjam a vida itinerante.
Despojos de mim inventam o mundo
de moinhos de vento.
Envelheci arando o tempo renascido de si mesmo.
O mundo é grande mas nem tanto.
O contrário do contrário reformula os opostos.
Nunca fiz uma seresta à luz da lua, mas tenho lágrimas
de amanhecer nos olhos.
A dor antiga mitiga os lamentos miríficos.
O que sobrevive ao mundo de imundície e miséria ?
Coisas invisíveis preenchem os vazios ( e, eventualmente,
os bolsos).
Rompe-se o invólucro das façanhas retroativas para a
continuação da vida que não existe.
Por todos os cantos porejam versos mudos e parábolas
inconclusas.
O tempo porvir é o mesmo que medra gerânios de antanho
e peixes-anzol.
Gente de cascos nas costas rasteja à margem dos dias,
como se fosse a única alternativa.
À sombra do infinito, como o tanger de uma estrela.
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