sem endereço, nem destino
A vida se liquefaz em brevidades.
Em tudo o que o homem toca, destrói, encanta,
nada mais será como antes.
Quem ousa falar sobre as coisas sem nome, sem endereço,
nem destino ?
Afinal, não há um dia sequer sem deslumbramento e dor.
Quem ousa perscrutar a intimidade das coisas,
diante do eterno conflito entre matéria e espírito ?
Concilia-los requer a sabedoria dos vagalumes, dos monjolos,
dos caminhos "de não sei" das pequenas cidades.
Pois que assim seja a poesia.
Profunda e profusamente entrelaçada
com o reticente infinito.
Juiz das causas naturais, revirando os caminhos,
esculpindo palavras que deem sentido
a angustiante aventura de viver.
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