o último suspiro
Abeirando abismos, gritos de âmbar coagulam
idiomas perdidos.
Entre o consentido e o desfeito,
os despojos empreendem
novas jornadas.
A primeira morte desencarna as crenças.
A floração dos gritos desmistifica os prantos.
Renega os ideais.
A cada renascer, a face túrgida do amor desmascara
o ímpeto suicida.
A vida subsequente se renova dentro da vida.
Fora de nós, as fronteiras do possível se abrem
saboreando seu sal de conflitos.
O sorriso alado a tudo transcende.
O filho amado, o andar descalço no barro,
os aromas esquecidos,
saudades do mundo bafejam cavalos, locomotivas.
O último suspiro de um tempo que não morre
entranha o líquen das profecias.
Para deixar belo o dia da partida.
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