o quanto sei de mim
Faço do meu papel o lenho da minha cruz.
Cavalgo unicórnios a passos lentos,
para que o gozo consentido preencha o dom da alma.
O sonho em busca das asas de Pégaso entretece
o esplendor da vida.
Quem me sonha impõe seu remorso vagamente triste,
antes de se perder no sonho.
O quanto de mim apequena varandas e alpendres
amolda contornos de ourives, a fim de sugar o sol
pelas frestas.
Há neste gênio cativo a ira sagrada que o gosto
gentil da claridade acolhe em suas entranhas.
O quanto sei de mim vive alternando a honra e
a vergonha.
Meu espírito errante amontoa molduras e cátedras,
no afã de salvar-me da veneranda velhice.
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