domingo, 23 de fevereiro de 2025


                             à margem de mim




Passei a vida à margem de mim mesmo.

Desperdicei meus parcos talentos por falta de discernimento

e inteligência emocional.

Falhei como filho, marido, pai.

Cometi todos os pecados possíveis, só na matei, que eu saiba.

Meu legado se resume ao básico, não fiz nem deixo nada 

para a posteridade. 

Pouco ou quase nada me resta dizer.

Apenas que nada lamento - e nem poderia - nem me julgo

melhor ou pior que ninguém. 

Sou o que sou. 

Fui o que fui.

"Sei a verdade e sou feliz", como diz Fernando Pessoa

através de seu mestre, Caeiro.






 







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