domingo, 23 de fevereiro de 2025


                             ranhuras





Tudo se faz de lutas e esperas.

O clamor das mágoas irrompe com furor malsão.

O que fica subentendido se modifica na goela dos aleijões.

As conexões da alma dão luz as coisas ausentes, o que não falta 

é munição para o assalto avant-garde.

Truques, armas, blefes : arsenal do mais fino trato

remonta à sílex afiado.


Hoje e sempre, rompe-se o lacre das carências múltiplas.

O gosto pelo chiste encarna o discurso de ódio,

enquanto o poema se deixa consumir por resmungos.

O texto sem ranhuras viola o espírito das letras, 

subvertendo o canto do sabiá,

o pulo do gato,

ao que isso nos levará ?


Lampejos de remansos revolvem a fundura dos poços.

Permeiam a luz do fim do túnel, reprimem, regridem,

distorcem, 

eludem cavalos de Tróia, mixórdias em banho maria,

ah, quem dera achar o perdido,

sem pecha, sem história.

Ó, pai, ó glória !

Louvado seja Esdras, a cada vitória. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                   o rosto                       Um rosto paira no silêncio da noite. Flutua sobre o tempo vivo, remanescente do fracasso d...