puta velha
Nada acaba quando termina.
Vivemos de esperar o que não chega.
O que nos antecede vive burilando o coração
sem tê-lo.
Não há pressa na delicada praxis dos afetos.
Saneadas de calma e de luz, as histórias se repetem
sem acabar, revestidas
das mesmas incertezas e angústias.
Começo, meio e fim.
Antes, durante e depois.
Entre o princípio e o epílogo,
tudo se ajusta e desconjumina.
A vida é uma puta velha
em traje de gala.
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