partes que se partem
Somos parte de partes que se partem e repartem
desencantos secretos.
Não se sabe se por sina ou maldição, perpetua-se
a existência soterrada de enigmas e hiatos.
O homem e a besta convivem amigavelmente.
Tão próxima e tão distante é a irmandade destroçada.
Das coisas que importam vivemos nos despedindo.
Sobrevivendo a pequenos holocaustos, o fausto e
o miséria tecem a mortalha dos incautos.
Partes que se partem sufocam os irmãos consumidos
pelo gozo dionisíaco.
Entre idas e vindas, tudo se encontra no contrafluxo.
Não há inocência no reino consumido por desejos fálicos.
A despeito da glória dos bordéis, tudo se explica
nas entrelinhas.
O esculacho glorifica nossas ovações, submetendo-se
à poda das surrubas peripatéticas.
O tempo perdido morreu de velho.
A submissão vem na cola do liburno.
A verdade constituída é um libelo que carrega
o peso da discórdia.
Nada se revela sem armas em punho.
Saqueadores de sonhos é o que não falta.
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