aquém de coisa nenhuma
Sou um tipo vulgar de Don Juan.
De tanto me apaixonar, esqueci de como se ama.
A estória de meus amores é uma mistura
de "infelizmente" com "sinto muito."
Como todo amante que às paixões se entrega,
ganhei o direito de viver sem lógica.
Orbitando entre as zonas erógenas,
entre coxas e ancas perdido,
ruminando o ardor como se fosse amor.
Vem de dentro e não resisto ao desejo enrolado
às avessas,
ensolarado e taciturno,
que fala em silêncio
funde e se consome
como a ferrugem das coisas.
Quanto mais me abismo,
mais sem rota e sem rumo me vejo.
Desabitado como uma ilha perdida no oceano.
Longe e perto como um pontinho obscuro
no mapa-múndi.
Aquém de qualquer coisa.
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