miragem
O olho inventa o mal
O chão cria paisagens
O vento invade os espaços
O mar abraça os sargaços
O arco-íris beija o efêmero
A fé brilha sem rosto
O espelho ignora o desejo
Eu sei que logo alguém dirá
que tudo não passa de miragem,
e a paz uma quimera.
Que a vida é uma sequência de histórias
confusas, em que chafurdamos
em meio ao marasmo das inconstâncias
E talvez seja a mais pura verdade
Minha canção é meu disfarce
O choro de quem sangra por dentro.
Alado, felino, maroto.
Um velho que ainda pensa
ser um garoto.
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