sábado, 10 de maio de 2025




janela para o nada







Às vezes me pego

pensando nela.

Sem querer, querendo.

Porque as lembranças de um 

grande amor

com o tempo superam a raiva.

A longo prazo tudo arrefece.

Amor e ódio.

Ódio e amor.

Forças antagônicas que se misturam,

acabam se neutralizando.

E o que sobra é um misto de mágoa

e melancolia que

não consta no dicionário.


Desde que te perdi, minha vida é uma janela 

para o nada.

De onde me refaço contemplando

o inexistente.

Meus dias, feras enjauladas, tateiam a superfície

dos sonhos desfeitos.

A nova realidade  se redescobre pouco a pouco,

entre iluminuras e novos afetos.

Precisei desaprender tudo o que sei

de mim, para refazer meu caminho.

O mesmo caminho, porém com um novo jeito

de andar.

Mais precavido e perto dos meus longes.



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