Às vezes me pego
pensando nela.
Sem querer, querendo.
Porque as lembranças de um
grande amor
com o tempo superam a raiva.
A longo prazo tudo arrefece.
Amor e ódio.
Ódio e amor.
Forças antagônicas que se misturam,
acabam se neutralizando.
E o que sobra é um misto de mágoa
e melancolia que
não consta no dicionário.
Desde que te perdi, minha vida é uma janela
para o nada.
De onde me refaço contemplando
o inexistente.
Meus dias, feras enjauladas, tateiam a superfície
dos sonhos desfeitos.
A nova realidade se redescobre pouco a pouco,
entre iluminuras e novos afetos.
Precisei desaprender tudo o que sei
de mim, para refazer meu caminho.
O mesmo caminho, porém com um novo jeito
de andar.
Mais precavido e perto dos meus longes.
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