um dia de cada vez
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Um dia de cada vez.
É assim que funciona.
Nada se detém.
Nada se retém.
Palavras inventam o efêmero, o vago, o impreciso.
Por trás das cortinas,
ora o sol brilha,
ora a chuva embaça a vidraça.
O tempo novo traz tudo em dobro.
Coisas novas se misturam às antigas,
com seus apelos e absurdos.
Nada é original.
Nem o trivial.
Os novelos se embaraçam, compondo vícios antigos.
O silêncio que perdura encerra o duro ciclo.
Devassando a vida como flores do lado de fora
da janela.
A mão que afaga alimenta as fábulas.
Por trás do azul, o branco e o preto confabulam.
No ar, o estado de graça ofusca
o olho do pássaro.
Tão fundo e tão alto que não deixa rastros.
Como a linguagem que engendra cada gesto.
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