mulher objeto
Amo a vida, apesar de tudo
Amo tudo que é mudo, infecundo,
e até o eventualmente imundo.
Amo o obscuro, o que refulge no escuro.
Não necessariamente belo, muito menos puro.
Apenas e tão somente, humano.
Amo o imprevisto, o improvável.
O obsceno, o ordinário.
E acima de tudo, o palpável.
O que pode ser comprado
por um preço razoável.
Amo você, mulher objeto.
Sem dono, sem disfarces.
Sem margem de erro.
Fiel ao lema
que é dando que se recebe.
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