segunda-feira, 12 de maio de 2025


                remoendo silêncios



Tudo se cumpre ao sabor dos acasos e descuidos.

Tudo o que tenho, o que faço ou fiz,

vive se equilibrando

remoendo silêncios

colhendo rosas de fogo

compondo cenas de amor que pedem bis.


Busca-me um instante de calma

em meio as escaramuças e paroxismos de praxe.

Na vida sem justiça, sem amor,

sonha-me o refúgio dos pássaros, 

a paz dos muros de cercas eletrificadas.

Busca-me o que restou de mim

entre canteiros de aprazíveis oferendas.

Regozija-me o vago transitar das coisas fungíveis.








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