fora de moda
Mesmo fora de moda e correndo o risco
de parecer piegas,
me assumo um romântico da velha guarda.
Mando flores, puxo a cadeira para as damas,
sou respeitoso com as palavras
e - santa heresia ! - dado a fazer poemas.
Sou sentimental, gosto das músicas antigas,
bolero, tango e tudo mais.
Ao contrário de hoje em dia, dou e exijo
exclusividade.
Curto andar de mãos dadas, jantar a luz de vela,
namorar no carro.
Não abro mão de muito beijo e abraço.
Se bobear, até serenata faço.
Confesso meu desconforto com o imediatismo
de hoje em dia.
Que dispensa o ritual da conquista.
Estranho os relacionamentos vazios,
a banalização do sexo,
o amor precificado.
Meu romantismo fora de moda
ainda acredita no amor verdadeiro.
Mesmo que precise inventa-lo.
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